Quisera eu,
ao menos ter o privilégio
em “comer do pão que o Diabo amassou”
pois, quem dele provou,
eu tenho plena certeza
de que a sua fome matou
Quisera eu,
ao menos ter “bosta no cu para cagar”
pois, quem a tem,
é muito certo que há pouco
tivera do que se alimentar
Quisera eu,
ao menos ter sido um dia
chamado de “Tássia”
“Tá se achando” pois, hoje em dia,
é considerado profissão,
praticada pela maioria dessa grande máfia
Quisera eu,
ter o privilégio em alimentar-me bem,
como o de comer um cobiçado ovo frito
E, depois dessa deliciosa refeição,
deitar-me para uma repousada digestão
e arrotar, não caviar,
mas o próprio bendito – ovo frito
Mas eu fiquei só na quimera
deste maldito “quisera”
de que um dia eu pudesse viver uma primavera,
cujas flores seriam a felicidade brotando de mim
Só que a dor perene em meu peito
que,de tão latente,
não me deixa dormir direito
e sempre me obriga
a chegar ao real conceito
de que o que eu vivo mesmo
não é passado nem futuro,
e sim um presente mais que perfeito