A Razão

Apertei ao delírio o meu dedo,

para ver se eu pararia essa razão desenfreada

E o trilho era tênue demais…

Só que o demais

era uma intensidade de mais ao meu gosto

E o que era delgado, ao invés de me descarrilar,

disciplinou-me ainda mais

E o bom senso…

Que senso? Que nada!

… inconsequente, censurou-me em meio à rapaziada

– que gozara de minha mancada

E eu, vexado, me envergonhei

por terem-me voltado à razão

Já dizia aquele de Atenas,

“que ela vem feito uma brisa serena”

E adestra-me e me envenena

E o delírio transformou-se em gatilho,

cujo dedo ainda é o mesmo que aperta

e, que, com sensatez, diz que é em honra àquele juízo

Mas a minha sóbria embriaguez diz ser ele um desatino