Eu pensava que,
aqui,
paletó fosse sobreveste de barão
Mas descobri que é roupa de lá
Drão!
É a bela música que fala do imenso monólito,
que, na verdade, não é o amor
É a grande pedra que há,
da velha e conhecida poesia,
no meio de nosso caminho
Constituída pelo bloco daqueles que estão sob esse cobiçado sobretudo, sobretudo
Eu pensava que terno,
aqui,
fosse também vestuário de Silva
Mas descobri que é roupa somente de Sá
Fado
É o ícone cultural português que,
lento e triste,
controla, até hoje, os episódios daqui
E faz com que os acontecimentos independam da vontade da maioria
Eu pensava que,
aqui,
gravata fosse acessório de branco
Mas descobri que ela é a própria cor
Reia
É a deusa da fertilidade que,
Aqui, erroneamente,
é passada envolta do pescoço do povo pobre
E, diariamente, com um nó, enforca-nos, enforca-nos