Mãe Maiúscula

O racismo está sempre em discussão,

o não é nada mal

Enquanto isso, fazemos da África nosso quintal,

criatório de animal

 

O negro lá ainda existe

De fome, boa parte não resiste

Uma outra, muito persiste

E, num olhar demasiado triste,

pede-nos salvação

 

E com esse pedido nos sentimos deuses

E, com o poder nas mãos,

damos a sentença a esta primária nação

Morra, então!

Pois, já que sou um deus,

posso ser cão

Cão de destruição!

Genocida, meu irmão!

 

E na fertilidade desta terra

negro após negro germina

Nenhuma força endeusada,

contrária, cruel, o extermina

Pois minha raiz está fincada em tu

Terra Mãe, menina!

 

Contraceptivos biológicos

lançaram contra ti,

mas resisti

Eu nasci, não morri

Estou aqui

Genérica Mãe, Mãe de todos

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *