Prenda

Aprenda a persuadir a argúcia

e a manipular a palavra,

de modo que alguém seja exortado

e neste labirinto se prenda,

ao ponto de confundir tal lexia

com uma prenda

De étimo incerto,

seu morfema tem raízes fincadas e firmadas

no mais íntimo e irresoluto

das hipóteses

Mas delimite e limite,

ao mínimo, os recintos do charmoso Dôron

Assim, suponha que tenha dois gumes:

o primeiro,

de qualidade gentil e airosa,

arrebatará o olhar d’alma ao venusto característico

de uma formosa princesa

O outro,

trata-se do próprio gládio que,

acaçalado e perspicaz,

penetrará, impiedosamente, o espírito;

fazendo com que sejam extravasadas pela sangria

todas as paixões

Se, por cautela,

alguém tenha tomado de empréstimo e carregado,

desde o início,

o novelo que a Ariadne concedeu ao Teseu,

certamente sairá do promíscuo labirinto

que a Prenda o envolveu

O difícil é,

uma vez dentro, manifestar em qualquer pessoa

o desejo em sair

Romantize e se torne-se, com isso,

um entusiasta refém do belo Condão

Frente e Versos

Sem essa de vice-versa,
pois eu não quero o inverso
Não manifestes tu de forma invertida
Em contrapartida,
eu já te desconverso

E, em minha investida,
eu digo que quero o contrário deste teu reverso
Não me venhas com plágio
Eu quero apanágio,
a face, a frente

Para tu de agir de maneira insolente,
e, de pressa, quero que tu apresentes
a manifestação sublime dos versos